Abril é a entrada não oficial do Outono, com seus dias frescos, céu muito azul e noites estreladas.
Agora já se sente o clima outonal, e muitas manhãs chegam envolvidas em brumas, escondendo casas e paisagem.
O urucum do meu jardim está mostrando suas lindas flores rosadas, e os frutos tambem estão surgindo.
As árvores e trepadeiras nativas, cheias de frutinhos, atraem os pássaros que passam o dia num vai-e-vem buliçoso em busca de alimento.
É encantador poder observá-los da minha janela, pois nossa presença já não os assusta mais, acostumados que estão com essa observação silenciosa.
A surpresa do mês ficou por conta de um grupo de macaquinhos passeando pelo nosso jardim-bosque, em alegre algazarra.
Mês dos índios (como se eles tivessem vez de verdade...), e aproveito para deixar aqui as sábias palavras de um chefe indígena (e estranhas para o homem branco):
"-Tu exiges que eu lavre a Terra. Devo tomar uma faca e dilacerar o seio de minha Mãe ? Quando eu morrer, ela não deixará que repouse em seu seio...
-Tu exiges que eu escave à procura de pedras. Devo cavar sob sua pele em busca de seus ossos ? Quando morrer, eu não poderei voltar ao seu corpo para nascer novamente.
-Tu exiges que eu corte o capim para fazer feno e vendê-lo, a fim de enriquecer como os homens brancos. Mas como posso ter a coragem de cortar os cabelos de minha Mãe ?
LONGE DA NATUREZA O CORAÇÃO DO HOMEM SE ENDURECE.
A falta de atenção para o que cresce e vive tambem leva logo à falta de atenção para com as pessoas."